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terça-feira, janeiro 13, 2004

AS SAPATINHAS DE BEVERLY HILLS

- Alicinha, se liga, olha aquela lésbica cherokee, uhu, pego moito!
- Que tudo, espera que ela tá saindo do carro. Se tiver pasta grande é publicitária, se tiver pasta pequena é advogada, se não tiver pasta nenhuma é herdeira.
- Eu a-do-ro herdeiras.
- Eu prefiro publicitárias, principalmente executivas de contas, elas conhecem todos os restaurantes mais legais e dão presentes da Mixed.
- E as advogadas?
- Esquece as advogadas. Elas ficam muito esquisitas da tailleur e pior ainda sem.
- Não existe tailleur de marca, né?
- Olha, Alicinha, tá saindo. Abriu a porta de trás. Está tirando alguma coisa. Torça por uma pasta grande.
- Ai, meu deus, por favor, a-do-ro ser comida por mulher que tem pasta grande!
- Não é uma pasta, Alicinha, é uma coisa vermelha, de plástico, arredondada, é...
- UM CAPACETE DE OBRA!!!!
- Ai, mina engenheira, que tuuuuuuuudo, deve até abrir a porta do carro pra gente!
- É minha!
- Solta, solta, eu vi primeiro!

Então, entre unhas, dentes e pedaços de um top da Les Filós, a engenheira chega pro ladinho, tira um Charm longo de dentro de uma carteirinha de couro trançado com espaço para o isqueiro, mas não tira o isqueiro, tira do outro bolso um zippo dourado com a assinatura da Lúcia Veríssimo gravada, apóia um dos pés no pneu da cherokee, acende o cigarro com a cabeça de lado, solta a fumaça pelo nariz, tira o cigarro da boca prendendo-o entre o anular e o seu vizinho, olha pras patricinhas rindo e limpando um dente com a língua, e diz:

- Não briguem, patricinhas. Minha cherokee é grande, se é que vcs entendem o que eu chamo de cherokee, e tem espaço para vcs duas darem uma voltinha.

E foram na Cristallo tomar café, na Andrea Bilinski comprar calcinhas, na rua Normandia ver a neve artificial do Natal e no Baretto tomar uns drinks e fumar charutos antes de serem felizes para sempre.

seriamente,


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