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sexta-feira, fevereiro 27, 2004

CARNAVALÉS 2004

A avenida treme quando elas entram. Deve ser por causa do tamanho dos pés, tentando sambar. Caprichosas da Pilinga, Beija-flor-de-lótus, Lesbiandade Independente, Bissexual Leopoldinense, Viradouro (famosa por suas héteros recém-convertidas).
Depois de um desfile histórico, o primeiro Carnavalés do Rio de Janeiro consagrou como campeã a União de Ilha de Lesbos, com o enredo “Das Amazonas à Amazônia – A história das matas brasileiras”, que contava com as comissões de frente de Cláudia Ohana, Vera Fisher e Vange Leonel.
O desfile começou com as primitivas habitantes do Brasil, num carro chamado “A majestade o sabiá”, onde Roberta Miranda desfilava como destaque, pelada. Pode-se dizer que este era o verdadeiro abre-alas, já que ninguém suportava ficar na frente daquela cena. Mas Bob tinha torcida, Dercy apoiou totalmente o nu da musa.
Logo atrás vinha o carro “Idade Moderna – Do Cool ao Cu”, com Marina Lima e uma cobra rolando num ringue de gel, com seus cachorros.
A madrinha da bateria foi Ana Carolina, com 498 mulheres de bom gosto tentando bater nela.
A mestre-saia e a porta-bandeja representavam um lesbian drama, girando loucamente com as mãos na cabeça, encharcando o estandarte da escola de lágrimas.
Impressionante a ala das Baianas, onde a terceira idade desfilava feliz, com uma alegoria de farol na cabeça e pochetes na cintura, por cima do camisão rodado.
Outro quesito que ganhou nota 69 (o júri pode dar notas de 44 a 69) foi o de Harmonia com Ex-namorada, onde uma ala inteira, composta por 134 mulheres que já tinham se beijado, desfilavam abraçadas sob o tema “2 graus de separação”.
Aqui, o samba-enredo da União da Ilha de Lesbos:

Foi há 500 anos
Que a mulher começou a se depilar
Da pedra lascada à tesourinha
Algumas matas se decidiu preservar

Regozijadamente
Eu vou com a União ser campeã
Deixa meu amor,
Deixa a barba crescer
Com todo o amor natural, natural!

Ê Maurício de Nassau

Quando uma mulher cola na outra
Deixa a mata crescer
Mas quando se separa
Um rio de lágrimas
Não deixa mais florescer

E regozijadamente
Eu vou com a União ser campeã
Bumbum praticundum
Deixa a barba crescer
Com todo o amor natural, natural!

(refrão)

Depois elas chegam na apoteose juntas porque se amam e vão embora porque ninguém ali quer ver a Mangueira entrar.

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