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quinta-feira, março 18, 2004

A VELHA BLUM

Um velho furgão cheio de lésbicas corta a selva amazônica. Depois de muita mata, pouca estrada e algumas tribos que raramente vêem os brancos, a van chega na clareira onde fica a oca da Velha Blum.
A velha Blum sempre pensou demais e a cidade sempre fez muito barulho à volta dela, atrapalhava a concentração.
Então, por volta dos 50 anos, a velha Blum, numa viagem pela Amazônia, conheceu uma tribo, aprendeu sua cultura, foi batizada com um nome indígena (Amãnabu, que em Tupi-Guarani significa mulher que toca em mulher) e recebeu o cocar de membra honorária da tribo, na condição de guerreira capoeirista. Lá conheceu a índia que a acompanha até hoje, cozinhando inhame, fazendo cafuné e dando beijo na peluda.
A índia velha Blum nos recebe na sua oca aconchegante e cheia de souvenirs de viagem. Os únicos sinais de civilização somos nós, que vamos lá jogar bola e pegar umas piranhas uma vez por mês; e o computador no canto, que ela usa pra se comunicar e fazer uns trabalhos de vez em quando.
Depois do jogo, fumamos um cachimbo da paz e fazemos um som, com ela no violino, a índia no berimbau, a verti no pandeiro e a jelly batendo.
No fim do dia, a índia velha Blum nos dá balas de cupuaçu pra viagem e umas larvinhas pro caso de dar uma larica. Voltamos pro meio do nosso mundo de concreto para mais uma semana de rotina. Sentimos falta da velha Blum no dia-a-dia, mas a gente sabe que no fundo somos a verdadeira tribo dela.

brasilianisticamente,


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