segunda-feira, maio 31, 2004
CASTRO, A TRANSSEXUAL BRASILEIRA, EM:
Na ducha da academia.
Castro chega na Runner com aquela cara de quem espera mais da reação. De bermudão do exército, kichute e regata branca, deixando entrever a faixa no peito, os pelos das pernas, a cicatriz no joelho e um pelo preto que cultiva abaixo do umbigo, Castro fica ali pela recepção, rondando, como que precisando de orientação.
- Seu segurança.
- Pois não.
- Sabe o que é...
- Sim?
- O vestiário...
- O que tem o vestiário?
- Eu preciso ir lá.
- Claro, fique à vontade, as instalações da...
- Você não entendeu. Em qual vestiário eu vou?
- Não entendo a natureza da pergunta.
- É exatamente isso. A natureza. A minha natureza não é como a natureza das outras minas, saqualé?
- Desculpe, não estou entendendo.
- Como o senhor quer que eu entre no vestiário das mulher, seu segurança?
- ?
- Já imaginou a confusão? Se eu entrasse naquele vestiários ia rolar o maior pânico, histeria, gritos, penas voando, toalhas caindo, secadores ligados, calcinhas sendo arremessadas, modess, tampões, tops e meias suadas? Hm, pensando bem, que delícia...
- Não vejo por que aconteceria isso.
- Olha, eu acho até que você está tentando ser educado, mas ignorar a minha condição assim, na minha cara, já é maldade de uma sociedade que não está acostumada a conviver naturalmente com o incrível, o bizarro, o inesperado. Eu nasci mulher, podecrê, mesmo hoje o senhor vendo na sua frente tamanho macho viril. Mas tudo bem, se você quiser continuar fingindo eu entro na duchinha das mina, melhor pra mim, depois eu faço queixa na diretoria, agora me dá licença que eu vou passar um gelol no suvaco pra ficar cheirosa e me misturar nas tenras lycras das roupas de ginástica das mina escultural, depois não reclama que eu não avisei.
- A senhora poderia se acalmar e me acompanhar até a diretoria?
- Só se a diretora for uma peituda suada! Senão, Fuck sociedade! Fuck machismo! Fuck preconceito! EU QUERO É FAZER O SPINI PELADA!
Na ducha da academia.
Castro chega na Runner com aquela cara de quem espera mais da reação. De bermudão do exército, kichute e regata branca, deixando entrever a faixa no peito, os pelos das pernas, a cicatriz no joelho e um pelo preto que cultiva abaixo do umbigo, Castro fica ali pela recepção, rondando, como que precisando de orientação.
- Seu segurança.
- Pois não.
- Sabe o que é...
- Sim?
- O vestiário...
- O que tem o vestiário?
- Eu preciso ir lá.
- Claro, fique à vontade, as instalações da...
- Você não entendeu. Em qual vestiário eu vou?
- Não entendo a natureza da pergunta.
- É exatamente isso. A natureza. A minha natureza não é como a natureza das outras minas, saqualé?
- Desculpe, não estou entendendo.
- Como o senhor quer que eu entre no vestiário das mulher, seu segurança?
- ?
- Já imaginou a confusão? Se eu entrasse naquele vestiários ia rolar o maior pânico, histeria, gritos, penas voando, toalhas caindo, secadores ligados, calcinhas sendo arremessadas, modess, tampões, tops e meias suadas? Hm, pensando bem, que delícia...
- Não vejo por que aconteceria isso.
- Olha, eu acho até que você está tentando ser educado, mas ignorar a minha condição assim, na minha cara, já é maldade de uma sociedade que não está acostumada a conviver naturalmente com o incrível, o bizarro, o inesperado. Eu nasci mulher, podecrê, mesmo hoje o senhor vendo na sua frente tamanho macho viril. Mas tudo bem, se você quiser continuar fingindo eu entro na duchinha das mina, melhor pra mim, depois eu faço queixa na diretoria, agora me dá licença que eu vou passar um gelol no suvaco pra ficar cheirosa e me misturar nas tenras lycras das roupas de ginástica das mina escultural, depois não reclama que eu não avisei.
- A senhora poderia se acalmar e me acompanhar até a diretoria?
- Só se a diretora for uma peituda suada! Senão, Fuck sociedade! Fuck machismo! Fuck preconceito! EU QUERO É FAZER O SPINI PELADA!
