<$BlogRSDUrl$>

terça-feira, março 08, 2005

8 DE MARÇO DE 2005

A gente lutou para chegar aonde chegamos, para ser quem somos. Nós roemos nossas unhas até o limite da cabeça do dedo. Nós enfrentamos nossas famílias indo a casamentos sem salto alto. Nós encaramos o mundo de frente e, mesmo de vestido, sentamo-nos com as pernas abertas. Nós nos recusamos a segurar a xícara de chá com o mindinho levantado. Nós pagamos nossas próprias contas. E quando vamos ao banheiro juntas no restaurante nos recusamos a falar sobre maquiagens e outras futilidades e nos atracamos na cabininha. Nós cultuamos filmes ruins sobre o assunto só pra dar uma força pras colegas. Nós não temos vergonha de dirigir carro de feirante. Nós temos ferramentas, faquinhas de mergulho, relógios grandes, skates, canivetes, papetes, pochetes. Nós sustentamos a indústria de rolopack, de cantoras de MPB e de brejas de ampola, assim como a de isopores pra por a garrafa dentro. Nós gritamos, ameaçamos, moramos juntas, fazemos escândalo, quase morremos, criamos gatos, cães, caso e buço. E sempre seguimos em frente. Acompanhadas de nossas parceiras, de nossas ex, que são ex das nossas parceiras e das ex das parceiras de nossas amigas, ex das amigas de nossas ex. Nos damos as mãos e pisamos forte todo dia nas ruas de todas as cidades do mundo, dando a cara pra bater, enchendo o peito de orgulho, desfilando nossos amores eternos e incomensuráveis da semana pra todo mundo ver, ouvir e respeitar. E gritamos com voz grossa, de sutiã e peito aberto: nós honramos o pinto que temos dentro da gaveta. Nós somos vitoriosas.

Nesse seu dia internacional, gostaria de citar a Simone:

Não se nasce mulher que escolhe, torna-se mulher que escolhe (normalmente com a ajuda de uma mulher que escolhe mais velha).

homenageadamente,

This page is powered by Blogger. Isn't yours?