<$BlogRSDUrl$>

terça-feira, setembro 27, 2005

No set com

AVA GINA FONDA

Lésbica crítica, inclusive de cinema.


"Ontem estava cansada, arrasada, a pele sem viço e os lábios secos, então passei na Blockbuster e peguei Miss Simpatia 2.

Cheguei em casa e falei pra minha concubina submissa Anne Carole de la Gorge preparar um filé de arraia que eu ia ver a Sandra Bullock.

Eu adoro a Sandra Bullock. Pronto, falei.

Anne Carole ficou correndo pela sala pra aquecer enquanto eu comia um sufflair delicadamente, esperando cada pedaço derreter na ponta dos meus dedos e formar uma capa protetora.

O filme é assim, tipo Miss Simpatia mesmo, né. Eu dei 12 risadas básicas, uma bem boa e entre 20 e 30 sorrisos. Mas essa não é a grande novidade. A grande novidade é que Miss Simpatia, sim senhora, é um filme gay.

Pensa comigo, amiga. Primeiro a grande e lírica sequência inicial com a Sandra Buttocks sem vaidade, cabelo despenteado, sem salto, relógio cebolão, preparando um jantar desses tipo Congelados Sadia, no seu apartamento funcional e sem decoração. De-li-cio-sa-mente masculinizada. Adorei o momento tocante onde o namorado dá um pé nela por telefone. Minhas esperanças se renovaram neste momento. Quase disse pra Anne Carole guardar o filé de volta na calcinha.

Depois a Buttocks é obrigada a se vestir de mulher por uns 50 minutos de filme, sempre protegida por sua parceira agente do FBI sapatão. Depois, quando tudo fica sério e ela se encontra com ela mesma, entra num banheiro de posto de gasolina e sai, em câmera lenta, música apoteótica, DE TERNO, SAPATO MASCULINO E DISTINTIVO DO FBI NO CINTO!

Gente, é o contrário dos Breakfests Clubs que forjaram a parte mais traumática da nossa adolescência, onde a garota sem vaidade sempre penteava o cabelo, tirava os óculos, passava baton e se transformava na Molly Ringwald. AAAAHHHH!!!

(Eu prefiro não tocar nesse assunto porque a decepção era grande, lágrimas rolavam e eu me sentia condenada e subjugada à ditadura da feminilidade. Porque eu não podia ser Pretty sem ser in Pink? Mas corta! Isso é assunto para uma sessão de terapia. A minha Psi sempre cura essas recaídas apagando incensos na minha pele, costuma ser um momento revelador e erótico.)

Voltando ao filme, o final ainda mais romântico mostra nossa querida Sandra Buttocks em perigo iminente, à beira de morrer quando... Quem volta para salvá-la? O ex-namorado? O novo chefe? Suzy UltraSeven? Não: a parceira agente do FBI sapatão, impávida, brava, destemida, mal-humorada e feia pra caralho!

O filme termina num fraterno abraço entre as duas. E você sabe, quando se trata de lésbicas, um abraço fraterno equivale a uma sessão de sexo animal.

Depois de tudo isso desliguei o DVD, me joguei na banheira de hidromassagem e desafiei Anne Carole a provar que era melhor do que as duchinhas.

Agora aguardo ansiosamente à sequencia do filme, provavelmente com as duas casadas, fazendo inseminação artificial, onde a médica é a Meryl Streep, o mecânico do FBI é a Magic Paula e o vilão é a Nila Branco com roupas de couro falso.

Cotação do filme:
5 dedadas pro roteiro
5 pra atriz principal
15 pra mim

E LEMBREM-SE GAROTAS: SE A ATRIZ PRINCIPAL NÃO ESTÁ CONSEGUINDO FAZER VOCÊ CHEGAR LÁ, USE COADJUVANTES. "

simpaticamente,

This page is powered by Blogger. Isn't yours?