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sexta-feira, outubro 14, 2005

No set com

AVA GINA FONDA

Lésbica crítica, inclusive de cinema.


Não vou falar de cinema telona mesmo porque seria mastigar o sufflair por vocês. Se querem saber sobre os filmes que estão em cartaz, façam como eu: vistam uma coisinha mais confortável e encarem o escurinho. Uma dica interessante é procurar casais adolescentes para sentar-se ao lado. Se o filme for ruim, pelo menos você pode ter algum tipo de estímulo sexual. Adolescentes se acham invisíveis quando estão transando.

Mas voltanto ao assunto que me trouxe aqui, quarta-feira foi feriado, quando se comemora o Dia das Mulheres Não-Aptas à minha cama – Nossa Senhora Aparecida e as Crianças. Como não havia perspectiva de sexo com uma homenageada, passei na BlockBucet (indicação da minha venerável amiga Big Sister, você sabe, venerável vem de vênus, o monte).

As prateleiras do estabelecimento estavam praticamente vazias de alguma inteligência, mas mesmo assim eu fiquei horas lá dentro porque estava fazendo um clipezinho na cabeça misturando cenas de crianças com balões em formas de animais, funcionários vestidos de Shrek e a música do Libertines tocando no iPod. Sabe, fenômenos eróticos acontecem quando o mundo real é acompanhado pela música certa em uma mente com razoável curva de distorção. Enquanto as crianças pulavam no colo do Shrek eu praticamente assistia a um snuf clandestino feito na Bélgica. Anne Carole de la Gorge, minha subalterna erógena, me esperava no carro, onde obriguei-a a desatarrachar a alavanca do câmbio e se comportar como uma ogra.

Acho que divaguei. Mas isso é normal com pessoas do meu Q.I. Eu na verdade gostaria de falar de um filme chamado 11:14. E também do seu ator principal.

Primeiro o filme. Trama muito interessante, intrincada, sem nenhum furinho, surrealmente engraçada e surpreendente. Vale a pena vermos, ainda mais se tratando de um filme obscuro, que não teve projeção comercial nem hordas de adolescentes fazendo filas nas bomboniéres do cinemark com pipocas, manteiga e sufflair pelo corpo todo. Que pena, adoraria ter visto isso cercada de viris e apressados seres imberbes.

Mas você deve estar se perguntando por que estou tão bissexual hoje.

Eu explico. Eu explico enquanto falo do ator de 11:14: Hilary Swank.

2 vezes vencedor do Oscar com papéis masculinizados, dono das mandíbulas mais bombadas de Hollywood, mãos fortes de veias pulsantes e cabelo sempre sujo e desgrenhado, Hilary pode fazer até papel de vestido e banho tomado, mas sempre vai levar em si o estigma da periferia americana, da classe média baixa recalcada e maltratada, inculta e bela, trailer trash, com suas unhas roídas e falta de classe, CORTA!

(Intervalo. Anne Carole entra na sala vestindo um short de boxeador vermelho brilhante, luvas de box e um cinturão de campeão mundial com um membro da academia pendurado. Fumem um cigarro comigo.)

Hilary co-produziu este filme e faz um papel relativamente pequeno nele. Mas vale o filme todo com sua presença ambígua e comovente, fazendo rir, chorar e se emocionar, entre outras coisas menos nobres. Se um dia ele/a se candidatar ao senado ou ao Mister Universo, meu lado hetero votará nele/a.

Cotação do filme:

Para o roteiro: 4 dedadas
Para o ator Hilary: nenhuma, ela que venha aqui e me dede toda.

E LEMBREM-SE GAROTAS: SE A ATRIZ PRINCIPAL NÃO ESTÁ CONSEGUINDO FAZER VOCÊ CHEGAR LÁ, USE COADJUVANTES.

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