terça-feira, março 21, 2006
No set com
AVA GINA FONDA
Lésbica crítica, inclusive de cinema.
“Eu tenho um nome a zelar e uma agenda a cumprir.
Então finalmente arranjei tempo, coragem, lubrificante e um cinto duplo pra ver o faladinho O Segredo de Brokeback Mountain.
Saí do cinema indignada: depois são as lésbicas que levam a fama de dramáticas, complicadas, piscianas, mexicanas e suicidas.
Pelamor, vocês viram esse filme? Alguém me explique por que??
Primeiro pegam dois atores de seriado metrossexuais com ar sensível e voz fina e pedem que eles façam papel de cáubói. É constrangedor. O australiano, então, nem se fala. Pra falar com um sotaque mais texano (ou de wyoming, como quiser, preciosista) tiveram que colocar duas bolas de naftalina na boca do sujeito. Parece maquiagem de peça de colégio, que triste ver uma pessoa nessa situação.
O outro eu até comia. Ou melhor, dava pra Anne Carole comer. O coitadinho ia apanhar tanto...
O filme não tem história. Em poucas palavras, são dois cáubóis que se encontram em anos bissextos pra pescar e passar o linguado de um no baiacu do outro. Só.
As mulheres deles são o que salva o filme, mas sem nenhuma conotação sexual. Não derramei uma gota por elas.
Tirando isso, entende-se que: quem é ativo não é gay, a culpa é de quem tomou a iniciativa e se você sai do armário você morre.
Juntando todas essas informações sobre o filme com mais a impressionante lentidão, a absoluta falta de apelo sexual, a pseudodensidade metasimbólica e o foco em belíssimas paisagens, podemos concluir que Brokeback Mountain é um filme iraniano.
Mas pra não dizer que estou amarga e só trago críticas desconstrutivistas a este espaço, meninas, vamos falar de coisas gostosas. Vamos falar de mandíbulas. Vamos falar de mulheres duras, de tailleur e coque. Vamos falar de Jodie Foster.
As arraias já estão aplaudindo de antecipação. Preparem os carefrees, aparem as unhas, depilem a matinha ao redor do monte brokeback e do de vênus também, separem almofadas vibratórias, pilhas grandes, médias e AAA, limpem os chuveirinhos, cancelem a assinatura do canal 74 que sexta-feira estréia The Inside Man – o novo filme de Jodie Foster. Ah, e também do Spike Lee.
The Inside Man, com Jodie Foster. Jodie Foster, the man inside me. Dia 24, num cinema, numa fantasia sexual, numa arraia jamanta perto de vc.
Até lá. E lembrem-se:
PARA ALGUMAS 35 MM É APENAS UMA PELÍCULA, MAS PARA OUTRAS PODE SER UM GRANDE CLITÓRIS."
AVA GINA FONDA
Lésbica crítica, inclusive de cinema.
“Eu tenho um nome a zelar e uma agenda a cumprir.
Então finalmente arranjei tempo, coragem, lubrificante e um cinto duplo pra ver o faladinho O Segredo de Brokeback Mountain.
Saí do cinema indignada: depois são as lésbicas que levam a fama de dramáticas, complicadas, piscianas, mexicanas e suicidas.
Pelamor, vocês viram esse filme? Alguém me explique por que??
Primeiro pegam dois atores de seriado metrossexuais com ar sensível e voz fina e pedem que eles façam papel de cáubói. É constrangedor. O australiano, então, nem se fala. Pra falar com um sotaque mais texano (ou de wyoming, como quiser, preciosista) tiveram que colocar duas bolas de naftalina na boca do sujeito. Parece maquiagem de peça de colégio, que triste ver uma pessoa nessa situação.
O outro eu até comia. Ou melhor, dava pra Anne Carole comer. O coitadinho ia apanhar tanto...
O filme não tem história. Em poucas palavras, são dois cáubóis que se encontram em anos bissextos pra pescar e passar o linguado de um no baiacu do outro. Só.
As mulheres deles são o que salva o filme, mas sem nenhuma conotação sexual. Não derramei uma gota por elas.
Tirando isso, entende-se que: quem é ativo não é gay, a culpa é de quem tomou a iniciativa e se você sai do armário você morre.
Juntando todas essas informações sobre o filme com mais a impressionante lentidão, a absoluta falta de apelo sexual, a pseudodensidade metasimbólica e o foco em belíssimas paisagens, podemos concluir que Brokeback Mountain é um filme iraniano.
Mas pra não dizer que estou amarga e só trago críticas desconstrutivistas a este espaço, meninas, vamos falar de coisas gostosas. Vamos falar de mandíbulas. Vamos falar de mulheres duras, de tailleur e coque. Vamos falar de Jodie Foster.
As arraias já estão aplaudindo de antecipação. Preparem os carefrees, aparem as unhas, depilem a matinha ao redor do monte brokeback e do de vênus também, separem almofadas vibratórias, pilhas grandes, médias e AAA, limpem os chuveirinhos, cancelem a assinatura do canal 74 que sexta-feira estréia The Inside Man – o novo filme de Jodie Foster. Ah, e também do Spike Lee.
The Inside Man, com Jodie Foster. Jodie Foster, the man inside me. Dia 24, num cinema, numa fantasia sexual, numa arraia jamanta perto de vc.
Até lá. E lembrem-se:
PARA ALGUMAS 35 MM É APENAS UMA PELÍCULA, MAS PARA OUTRAS PODE SER UM GRANDE CLITÓRIS."
