sábado, julho 29, 2006
QUINTA EM NOVA YORK
De dia, uma profissional seria e responsavel, representando um continente numa missao criativa. Reunioes e mais reunioes, debates, ate gerar negocios para o Brasil eu ajudei. Andava de preto new Yorker e oculos. Depois de todas essas reunioes, um jantar importante, de negocios. Bebemos Brunello, comemos comida fusion, trocamos comentarios afiados e inteligentes. Sai do restaurante exausta, sou muito pequena para este papel de executiva alfa.
Antes de ir pro hotel, eu precisava de 15 minutos de Brooklyn pra relaxar. Fui pro Gingers, tava fechado, andei ate o CattyShack. Estou virando habitué do lugar.
http://www.nytimes.com/2005/06/26/fashion/sundaystyles/26boite.html?ex=1277438400&en=b861a6acb0062bc6&ei=5088&partner=rssnyt&emc=rss
Cheguei no barracao da catita, peguei minha cerveja, fui ate a pista e, qual nao foi a minha surpresa ao descobrir que era uma noite country, chamada shitkickers!
Uma linha de quadrilha com ursos e meninas de bota carrapeta e chapeu, fazendo aquelas dancinhas que a gente soh ve em filme, tipo a thelma e a louise antes de matarem o cara no estacionamento, lembram? Foi incrivel! E horrivel ao mesmo tempo. Eu nao estou familiarizada com este tipo de musica dolly parton e muito menos com a danca. Tentei ficar de fora um tempo ate que uma garota chamada… como era mesmo? Sei la, shelly, sharon, que morava na Louisiana, junto com seu amigo toby, do colorado, os dois de chapeu, me pegaram pelo braco, com forca (hm, quase gostoso), e me levaram pra dancar. Eu tentei espernear e gritar e… na verdade eu gritei e espernei e eles disseram que era mais ou menos assim que se dancava mesmo. Toby from Colorado decidiu me explicar pacientemente os passos da danca e, enquanto eu nao repeti a sequencia direitinho, ele nao me deixou ir embora.
Na minha cabeca, da sala de controle do bar onde estao todos os monitores da cameras de seguranca, Lucia Verissimo observava aquela cena, se masturbava e gargalhava ao mesmo tempo.
Fui embora louca pra matar alguem no estacionamento.
SEXTA EM NOVA YORK
Outro dia mauricinho. Reunioes, trabalho, sai umas 5 da agencia e fui passear no meatpacking district. Fiz cena em lojas chiques, comprei duas camisetas e fui jantar no Pastis. A Giovana Antonelli tambem estava la, por isso a comida quase me fez mal. Mas a culpa eh minha, eu pedi, estava la porque queria. E tambem porque o pessoal da agencia disse que eu tinha que ir pra la de qualquer jeito.
Ok.
Terminei meu vinho lendo a Time Out que nao me dava muita esperanca. Uma ai que eu conheci outro dia disse que era legal no Cubbyhole, que era perto, entao andei ate la. Eh um Farol Madalena numa esquina com cara de que nunca viu um pano de chao, entao eu desisti voltei a Park Slope.
Chegue no barraco da catita (cattyshack) depois da meia noite, era uma festa chamada Cirrah. Quando eu entrei, descobri o porque do nome. CIntia e SaRAH faziam strip tease no local e ficavam dancando no meio da galera naqueles poles, aqueles postinhos de metal, sabe? Pensei, ah, mas que beleza, nada melhor que um par de mulheres peladas depois de um dia de paris Hilton. Sentei no balcao entre as pernas delas e bebi calmamente minha primeira cerveja. Gastei 5 dolares na cerveja, 1 de gorjeta, e mais 2 nas alcas dos biquinis delas. Deve ser um saco fazer strip pra mulher, a gente eh muito pao dura. Os homens, ao contrario, sao pau duros e devem colocar notas de 50 nos cofrinhos.
Quando me cansei do papanicolau visual que tava dando nas duas, fui dar uma volta pelo lugar. Na pista de baixo, as etnicas davam show de hip hop, depois de reaggeton. Na mesa de sinuca, as esportistas davam show de taco. No andar de cima, as riot grrls davam tudo de si, o que eh quase nada, ao som de le tigre e the organ. No patio, as pessoas fumavam e combinavam suas mudancas. Fiquei zanzando por horas, uma das garconetes me seguindo e puxando assunto.
Mas o fato eh que, se vc estiver no lugar certo (ou errado, sei la), se vc esperar o tempo suficiente, algo de surreal acontece. Foi quando eu vi uma garota ate bonitinha, reparei nela porque era uma coisa entre a latina e a filipina. Mas uma hora essa dai tava com uma morena, outra hora com uma loira, e eu tava achando tudo isso muita cara de pau. De repente, ela aparece na minha frente em dobro. E eu, pensando, mas eu soh tomei duas cervejas… bebi mais um gole e olhei direito, eram duas mesmo, gemeas. Mas nao simplesmente gemeas, elas usavam a mesma roupa, o mesmo sapato, o mesmo cabelo, a mesma armacao de oculos. Que loucas. (se eu tivesse que fazer uma surubinha rapida com duas mulheres, talvez eu pensasse nisso…).
E como se isso fosse pouco estranho, de repente aparece mais um par de mulheres iguais, amigas delas, s’o que loiras e bem obesas. Nao estavam com a mesma roupa, mas tamb’em eram gemeas, lesbicas e estavam ali com a missao de convencer as pessoas de que elas estavam loucas.
(pensa bem, ja pensou em poder de dizer pra namorada: calma, amor, nao era eu, era a minha irma gemea, a Raquel… imagina o mundo de possibilidades que isso abre!)
fiquei um tempo observando aqueles ovulos que se dividiram e viraram pares de lesbicas duplicadas quando olhei pra porta e me vi entrando. A roupa nao era igual, mas a garota era muito parecida e eu senti medo. Sera que tem uma fabrica de clones ali perto? Larguei a cerveja e peguei o metro. Hoje estou com uma ressaca horrivel.
De dia, uma profissional seria e responsavel, representando um continente numa missao criativa. Reunioes e mais reunioes, debates, ate gerar negocios para o Brasil eu ajudei. Andava de preto new Yorker e oculos. Depois de todas essas reunioes, um jantar importante, de negocios. Bebemos Brunello, comemos comida fusion, trocamos comentarios afiados e inteligentes. Sai do restaurante exausta, sou muito pequena para este papel de executiva alfa.
Antes de ir pro hotel, eu precisava de 15 minutos de Brooklyn pra relaxar. Fui pro Gingers, tava fechado, andei ate o CattyShack. Estou virando habitué do lugar.
http://www.nytimes.com/2005/06/26/fashion/sundaystyles/26boite.html?ex=1277438400&en=b861a6acb0062bc6&ei=5088&partner=rssnyt&emc=rss
Cheguei no barracao da catita, peguei minha cerveja, fui ate a pista e, qual nao foi a minha surpresa ao descobrir que era uma noite country, chamada shitkickers!
Uma linha de quadrilha com ursos e meninas de bota carrapeta e chapeu, fazendo aquelas dancinhas que a gente soh ve em filme, tipo a thelma e a louise antes de matarem o cara no estacionamento, lembram? Foi incrivel! E horrivel ao mesmo tempo. Eu nao estou familiarizada com este tipo de musica dolly parton e muito menos com a danca. Tentei ficar de fora um tempo ate que uma garota chamada… como era mesmo? Sei la, shelly, sharon, que morava na Louisiana, junto com seu amigo toby, do colorado, os dois de chapeu, me pegaram pelo braco, com forca (hm, quase gostoso), e me levaram pra dancar. Eu tentei espernear e gritar e… na verdade eu gritei e espernei e eles disseram que era mais ou menos assim que se dancava mesmo. Toby from Colorado decidiu me explicar pacientemente os passos da danca e, enquanto eu nao repeti a sequencia direitinho, ele nao me deixou ir embora.
Na minha cabeca, da sala de controle do bar onde estao todos os monitores da cameras de seguranca, Lucia Verissimo observava aquela cena, se masturbava e gargalhava ao mesmo tempo.
Fui embora louca pra matar alguem no estacionamento.
SEXTA EM NOVA YORK
Outro dia mauricinho. Reunioes, trabalho, sai umas 5 da agencia e fui passear no meatpacking district. Fiz cena em lojas chiques, comprei duas camisetas e fui jantar no Pastis. A Giovana Antonelli tambem estava la, por isso a comida quase me fez mal. Mas a culpa eh minha, eu pedi, estava la porque queria. E tambem porque o pessoal da agencia disse que eu tinha que ir pra la de qualquer jeito.
Ok.
Terminei meu vinho lendo a Time Out que nao me dava muita esperanca. Uma ai que eu conheci outro dia disse que era legal no Cubbyhole, que era perto, entao andei ate la. Eh um Farol Madalena numa esquina com cara de que nunca viu um pano de chao, entao eu desisti voltei a Park Slope.
Chegue no barraco da catita (cattyshack) depois da meia noite, era uma festa chamada Cirrah. Quando eu entrei, descobri o porque do nome. CIntia e SaRAH faziam strip tease no local e ficavam dancando no meio da galera naqueles poles, aqueles postinhos de metal, sabe? Pensei, ah, mas que beleza, nada melhor que um par de mulheres peladas depois de um dia de paris Hilton. Sentei no balcao entre as pernas delas e bebi calmamente minha primeira cerveja. Gastei 5 dolares na cerveja, 1 de gorjeta, e mais 2 nas alcas dos biquinis delas. Deve ser um saco fazer strip pra mulher, a gente eh muito pao dura. Os homens, ao contrario, sao pau duros e devem colocar notas de 50 nos cofrinhos.
Quando me cansei do papanicolau visual que tava dando nas duas, fui dar uma volta pelo lugar. Na pista de baixo, as etnicas davam show de hip hop, depois de reaggeton. Na mesa de sinuca, as esportistas davam show de taco. No andar de cima, as riot grrls davam tudo de si, o que eh quase nada, ao som de le tigre e the organ. No patio, as pessoas fumavam e combinavam suas mudancas. Fiquei zanzando por horas, uma das garconetes me seguindo e puxando assunto.
Mas o fato eh que, se vc estiver no lugar certo (ou errado, sei la), se vc esperar o tempo suficiente, algo de surreal acontece. Foi quando eu vi uma garota ate bonitinha, reparei nela porque era uma coisa entre a latina e a filipina. Mas uma hora essa dai tava com uma morena, outra hora com uma loira, e eu tava achando tudo isso muita cara de pau. De repente, ela aparece na minha frente em dobro. E eu, pensando, mas eu soh tomei duas cervejas… bebi mais um gole e olhei direito, eram duas mesmo, gemeas. Mas nao simplesmente gemeas, elas usavam a mesma roupa, o mesmo sapato, o mesmo cabelo, a mesma armacao de oculos. Que loucas. (se eu tivesse que fazer uma surubinha rapida com duas mulheres, talvez eu pensasse nisso…).
E como se isso fosse pouco estranho, de repente aparece mais um par de mulheres iguais, amigas delas, s’o que loiras e bem obesas. Nao estavam com a mesma roupa, mas tamb’em eram gemeas, lesbicas e estavam ali com a missao de convencer as pessoas de que elas estavam loucas.
(pensa bem, ja pensou em poder de dizer pra namorada: calma, amor, nao era eu, era a minha irma gemea, a Raquel… imagina o mundo de possibilidades que isso abre!)
fiquei um tempo observando aqueles ovulos que se dividiram e viraram pares de lesbicas duplicadas quando olhei pra porta e me vi entrando. A roupa nao era igual, mas a garota era muito parecida e eu senti medo. Sera que tem uma fabrica de clones ali perto? Larguei a cerveja e peguei o metro. Hoje estou com uma ressaca horrivel.