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segunda-feira, julho 31, 2006

SATURDAY NIGHT LIVE


Ok, Sábado foi um dia lindo e quente e ensolarado e eu andei o dia inteiro de havaianas, então à noite eu estava com os pés destruídos e não conseguia dar mais de 3 passos sem sentar.

Também tava cansada de galinhagem e com preguiça de pegar metrô. Então eu fui num comedy club na broadway, perto do hotel, que tava exibindo uma queer comedy celebration por causa do gay pride que foi há umas 2 semanas.

É engraçado. Os americanos têm o senso de humor de uma criança de 11 anos. Porque eles acham que rola uma sutileza, mas na verdade não rola. São bobos. Fora que adoram fazer piada de latina girls dançando salsa e merengue e isso me irrita um pouquinho.

Mas o show até que era divertido. Mas não era tão queer assim. A primeira comediante era hétero e ficou tentando trocar os pronomes do seu texto até o final do número, mas ela se confundia toda e, no final, foi obrigada a confessar que não era gay, estava substituindo uma amiga comediante lésbica que não tinha podido vir e que estava tentando bancar a lés pra agradar a platéia. Ok, then.

Os dois caras eram gays, mas eram também sem graça. A única comediante lés que apareceu estava nervosa e não era engraçada, mas era uma das donas do cabaret. Mas ela disse uma coisa divertida: se os seus rompimentos duram mais que os seus casamentos, você é lésbica.

A última foi uma tal de Shecky. Era bem boa, essa. Ela disse que, tecnicamente, era hétero, mas que sempre quis ser gay. Só que não conseguia. Contou que frequentemente vai ao henrietta hudson mas que ninguem nunca dá em cima dela. Então ela chegou a conclusao que as mulheres são ainda piores que os homens, só querem saber de hot, sexy, skinny girls. Aí começou a falar que tinha uma vagina grande. E, dirigindo-se à platéia, ela perguntou: você tem uma vagina grande?

Adivinha pra quem, na platéia? Sim. Eu. Entre todas as pessoas que estavam lá, assistindo, ela tinha que escolher a mim pra perguntar se eu tinha uma vagina grande. Como se isso fosse pouco, os técnicos acenderam um refletor na minha cara enquanto ela repetia: do you have a big vagina? How big is your bush?
Eu fiquei tão em choque que a única coisa que me ocorria era tentar ficar invisível. Eu simplesmente não esboçava nenhuma reação, não movia um fio de cabelo, não respirava, como se a imobilidade fosse parte do processo da invisibilidade.
E a platéia esperava uma resposta.
E a comediante seguia perguntando: você tem uma vagina grande? Aliás, do que você gosta, de pau ou vagina? Se você gosta de vagina, você gosta de vaginas grandes?
E eu me perguntando: será que já estou invisível?
E a comediante: tudo bem com você? você fala inglês? Você é latina? Latinas costumam ter vaginas enormes.
Eu acho que depois disso eu morri.
Me lembro de ter permanecido invisível pelo resto do show. Fui embora e passei na frente de um bar que tava tendo uma festa de hip hop pra meninas, mas a pessoa mais feminina de lá era o porteiro, o que me deixou um pouco nervosa. Elas deviam ter vaginas enormes. Nem entrei e fui pro hotel dormir e esquecer a noite em que dei um show na broadway.

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