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terça-feira, fevereiro 26, 2008

Semana que vem tem o Mardi Gras em Sydney. O Mardi Gras é a parada gay daqui, só que usa o carnaval (Mardi Gras) como desculpa. Este ano é o 30 ano do evento então tá todo mundo enlouquecido. E é gay mas todo mundo vai e adora.

Além do fato de Sydney ser a cidade mais gay que eu já vi, a cidade inteira está se
decorando pro evento. Bandeiras do arco-íris, cartazes de parabéns por ser gay, boas-vindas, declarações de que no fundo somos todos estranhos estão por toda a parte. E festas. Todo dia tem alguma festa preparatória. Depois tem mais duas semanas de festas de recuperação.

Eu tava até meio alheia a isso tudo quando eu vi num cartaz num pub que a festa pre-parada das dykes on bikes era no domingo.

Pra que que isso foi acontecer logo comigo, que tenho problema? Claro que no domingo a tarde eu resolvi ir num pub na puta que pariu (parramatta road) pra ver qual era.

Duas da tarde, sol, eu sozinha (Sra K so vem em abril), com as unhas pintadas de vermelho, shortinho e camisetinha com os ombros de fora, sapatilha e cabelinho esvoaçante, chego no bar e pedi logo uma cerveja. Só depois eu olhei em volta.

Sabe o ZZ Top? Imaginem 200 ZZ Tops. Agora imaginem que são mulheres. Vocês não tem idéia. Não tem.

Teve show de uma banda de Melbourne (Blue House) onde uma das letras era:

"Do you want to see me naked?
I have the biggest tits you've ever seen
I even plucked around my nipples
I know you like them really nice and clean"



E eu bebendo cerveja. Em copo de plástico. No backyard do pub.

A cada 20 minutos aparecia alguém e perguntava se eu era esposa da Big Lyn. Eu dizia que não.

Sem preconceitos de peso, mas como alguma preocupação em termos de saúde pública, 70%do público tinha mais de 100 quilos, 25% mais de 80, 5% estava entre médio a magro. Magro, magro Shane, ninguém.

E mais 20 minutos aparecia de novo alguém me perguntando se eu era a namorada da Big Lyn. Foi me dando um receio.

Aí chamaram pro concurso de camiseta molhada. Na rua de trás, onde as motos estavam estacionadas. Cinco garotas por volta do 100 quilos se encostaram num alambrado enquanto as outras jogavam água. Depois cerveja. Depois se jogavam a si mesmas. Era um espetáculo da natureza. As camisetas ficaram transparentes. Depois rasgaram as camisetas. E por fim tiraram.

- Não, moça, eu nem sei quem é a Big Lyn.

Aí eu sentei num canto completamente bêbada, mas com mais um copo plástico de cerveja, e fiquei olhando o movimento. Quantas vacas morreram pra vestir toda aquela gente grande com roupa de couro? Comprei uma rifa pro sorteio de uma fivela Harley Davison. Eu não queria comprar, mas a mulher que me ofereceu falava rápido e era grande, ela podia ser a Big Lyn e àquela altura eu já sabia, se eu saisse da linha Big Lyn ia me encher de porrada.

Uma inglesa veio falar comigo, me mostrou a foto da moto, da namorada e da filha. Ficamos conversando uns minutos. Daí ela falou que quem quisesse participar do
Mardi Gras na carona de uma das motos das Dykes on Bikes era só dar o e-mail e telefone que eles sorteiam e ligam. Eu falei "que legal". Ela entendeu "quero ir". Então virou pro meio do povo e começou a gritar:

- Big Lyn! Big Lyn, come here! The chick here wants to ride with the Dykes on Bikes!

Uma sombra veio crescendo em nossa direção. Era Big Lyn se aproximando. Ela era o topo da cadeia alimentar. Líder das Dykes e das bikes. 200 quilos de mulher cobertos por couro de umas 3 vacas. Eu acho que até vi uma barba. Olhou pra mim e disse:

- Me dá seu e-mail.

Ai da mulher que não obedece a Big Lyn.


Nao sei por que, essa tava de Cardeal.


Essa moda de inseminacao artificial da nisso.





Ah, vou dizer o que disso... Nada, ne?

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