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quinta-feira, julho 31, 2008

CLOSET


20


Enquanto Mel seca o cabelo embrulhada num roupão, Ali não se mexe. Não consegue pensar. Está possuída por uma coisa que não passa. Precisa acabar logo com isso. Pega Melissa pelo braço e quase sai correndo, nua com o roupão aberto pendurado nas costas.

Atravessam a academia, passam pelas piscinas, outros nadadores, vestiários, bancos, crianças, bóias, treinadores, com um olhar grave de quem morre de tesão.

Abrem uma porta, entram, puxam, fecham, trancam. Estão no pequeno consultório onde são feitos os exames médicos terças, quintas e sábados, das 8h as 10h.

As duas se puxam e mais se engolem do que se beijam, quatro braços que parecem oito se espalhando por baixo dos tecidos, subindo pelas costas, descendo pelos lados.

Ali não acredita como aquela pele é lisa e macia. Uma sensação que faz seu estômago apertar, seu coração doer, seu sexo latejar, tudo ao mesmo tempo. Ela gostaria de falar, dizer alguma coisa, pelo menos explicar o que estava sentindo mas não tem coordenação nem lógica. Cada vez que fecha os olhos é tomada por uma experiência sensorial tão diferente e intensa que tem medo de enlouquecer.

- Ali.

Ela respira muito rápido e treme. Melissa se preocupa um pouco.

- Ali?
- Não.

Dizem as palavras uma dentro da boca da outra.

- Não o que?
- Não pára.
- Não pára?
- Não nos pára.
- Então calma.

Ali sai um pouco de perto tentando recuperar o ritmo de si mesma.

- Tem razão. E eu nem sei como se faz...
- Sexo é sexo.

Dá mais uma inspirada profunda.

- É. Sexo.

E pega Melissa no colo e a deita na cama do consultório. Joga seu roupão no chão, abre o dela e deita devagar por cima, consciente de cada milímetro seu que toca nela.

Não pode parar de olhar pra Melissa, encantada com o efeito que seu toque tem nela. Apesar da intensidade da sensação física, não se comparava ao que sentiu quando finalmente cobriu Melissa com toda a extensão do seu corpo e ela fechou os olhos, soltou um gemido e se escondeu no seu pescoço.

- É a coisa mais forte que eu já senti, Mel.

Melissa abre as pernas e a puxa para dentro. Ali geme, respira fundo, aperta a mandíbula, olha pra cima, entende o sentido de ejaculação precoce, uma gota de suor escorre nas suas costas.

- Mexe.
- Não posso.
- Pode.
- Não faz isso...

Melissa conduz, puxa e empurra.

- Pára.
- Você não tinha pedido pra não parar?

Ali vai e vem algumas vezes, esfregando e escorregando, mas antes da quarta ida goza forte, alto, parada, surpresa. Pisca muitas vezes, tentando focar o rosto daquela mulher que tinha desmentido toda a sua vida até então.

- Desculpa.
- Por que?
- Fui muito... Rápida.

Melissa se sente a mais gostosa da Via Lactea.

- A gente não precisa parar ainda. Me dá sua mão.


xxx

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