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segunda-feira, setembro 08, 2008

CLOSET


34


345.619, 345.620, 345.621, quatro dias e nada. Mas nada, nada mesmo. Ninguém entra na sala, ninguém passa trabalho, cobra resultados, pergunta as horas, oferece café, faz piada, cumprimenta, esbarra, rouba canetas, a empresa inteira parece estar ignorando solenemente sua existência. Quando sai no corredor todo mundo desaparece. O telefone não toca, o email só pisca pra oferecer viagra ou vinte milhões de dólares da família real Nigeriana. Nenhuma comunicação da Sra. Closet.

Ou de Ali.

Melissa pega o telefone pra pensar com ele na mão. Liga ou não liga? Será que ela viu a matéria no jornal? Pedro viu? Se sim, teria deduzido que a denominada vítima era sua esposa? Se sim ou se não, como estavam reagindo? Por que ela não ligava? O que tinha acontecido? Loucurinha de quem bebeu demais? Ou não? Ou sim?

Disca os números porque tinha que saber. Talvez Ali estivesse esperando que ela tomasse a iniciativa mesmo.

- Alô?
- Ali? Tudo bem?

Silêncio. Não ouve nem a respiração do outro lado da linha. Morreu?

- Ali?
- Desculpa, eu não posso falar agora. Te ligo quando puder tá?
- Tá. Desculpa. Bei...

Tu-tu-tu-tu-tu.

Melissa quer que qualquer coisa aconteça. Mesmo uma demissão por justa causa seria melhor que isso.

351.412, 351.413, 351.414...

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